A acessibilidade no mercado de trabalho é um assunto que cada ano ganha mais reconhecimento e importância, já que mostra os diversos benefícios que essa prática empresarial oferece.
Neste artigo, iremos explorar como promover a acessibilidade em 5 passos e quais são os riscos fiscais, financeiros e de reputação de marca que empresas que não cumprem as leis e normas estão passíveis.
Confira.

PcD no ambiente de trabalho
Segundo dados do módulo Pessoas com Deficiência da Pnad Contínua 2022, a população com deficiência no Brasil é estimada em 18,6 milhões de pessoas. Desse quantitativo, apenas 5,1 milhões estavam inseridas no mercado de trabalho.
Isso mostra que, apesar desse grupo representar uma grande parcela na sociedade, ainda existem muitos desafios para a entrada, inclusão e desenvolvimento pessoal deles dentro das empresas.
Essas dificuldades vão além das barreiras físicas. Elas se encontram também no preconceito e estigmas sociais no ambiente de trabalho e fora dele.
A falta de acessibilidade nas instalações e nos equipamentos, aliada à escassez de programas de inclusão, limita significativamente as oportunidades de crescimento e contribuição profissional desses profissionais.
Além de ser prejudicial para o indivíduo, é também para a sociedade e para as empresas, que perdem grandes talentos e ideias por falta de assessoria em SST e treinamento internos, que facilitam a adaptação e inclusão.
Mas, é possível mudar essa situação. Seguindo 5 passos, é possível transformar o ambiente de trabalho da sua empresa e torná-la mais acessível para os PcD.
Como garantir acessibilidade no ambiente de trabalho em 5 passos
Como mostramos acima, ainda é baixo o número de pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho e isso se dá pela falta de acessibilidade e programas de incentivo para o público.
Abaixo, listamos 5 passos que podem ser seguidos para adaptar o ambiente de trabalho e torná-lo mais acessível para o público PcD.
Adequação do ambiente e rotinas
Antes de mais nada, é preciso adequar o espaço para que ele seja acessível para todos.
Para isso, é necessário instalar rampas, elevadores, banheiros adaptados e muito mais. Se a empresa oferece, por exemplo, espaço de descanso ou copa para alimentação, é preciso adaptar esses espaços também.
Além do ambiente, é preciso pensar nas atividades diárias e cotidianas na empresa e como adaptá-las.
Por exemplo, caso a empresa tenha algum funcionário com deficiência auditiva e ele for estar presente em uma reunião ou conferência, se faz necessário a presença de um intérprete, ou uma videoconferência com um.
Agora que você já adaptou seu espaço, é preciso trabalhar com a equipe.
Treinamento interno
A empresa é formada pela equipe e todos nelas precisam estar cientes e ter conhecimento sobre o tema e sobre a importância da acessibilidade.
Promova workshops e traga pessoas e autoridades para falar sobre o assunto e esclarecer dúvidas.
Nada adianta um espaço adaptado se a equipe não sabe como se adaptar a situação também.

Cultura organizacional
A mudança de cultura vem alinhada com a mudança de pensamento da equipe e da empresa sobre o assunto. Ao entender a importância da acessibilidade para as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, a empresa precisa promover isso em todas as áreas e setores e tornar isso uma regra, um procedimento, assim como qualquer outro, passível de punições caso não seja seguido.
Programa de inclusão
Para garantir que a acessibilidade na empresa seja cumprida da forma correta, é necessário criar um programa de inclusão, através de um comitê, que irá cuidar de todo e qualquer tópico sobre o assunto.
Esse comitê será responsável por diversos assuntos, desde a compra de novos móveis, por exemplo, até de treinamentos e workshops.
Recrutamento
Agora que sua empresa está preparada para recepcionar as pessoas com deficiência, está na hora de encontrar essas pessoas e recrutá-las.
Segundo a regulamentação sobre o assunto, (Lei No 8.213/1991 e Decreto No 3.298/1999), é obrigatório a contratação de pessoas Pcd de acordo com a seguinte proporção:
- de 101 a 200 colaboradores — 2% do número de empregados;
- de 201 a 500 colaboradores — 3% do número de empregados;
- de 501 a 1000 colaboradores — 4% do número de empregados;
- acima de 1000 colaboradores — 5% do número de empregados.
O que a lei diz sobre a inclusão de PcD no ambiente de trabalho?
Como citado acima, de acordo com a Lei de Cotas (Lei nº 8.213/91), empresas com mais de 100 funcionários devem reservar uma porcentagem de suas vagas para pessoas com deficiência. Essa reserva varia de acordo com o número total de colaboradores na empresa, garantindo que haja oportunidades reais para a inclusão de profissionais com diferentes habilidades.
Além disso, existe a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/15), conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Essa legislação é abrangente, estabelecendo diretrizes para promover a igualdade e a inclusão em diversos aspectos da vida, incluindo o trabalho.
A Lei Brasileira de Inclusão reforça a proibição de discriminação no ambiente profissional, garantindo que as pessoas com deficiência tenham direitos iguais, desde a seleção até a permanência no emprego.
Porém, apesar de existir leis que exigem e promovem a inclusão, a realidade é outra. Muitas empresas não seguem essas normas e enfrentam consequências sérias.
Autuações e sanções financeiras são aplicadas, mas o custo mais elevado reside na perda de talentos. A reputação da empresa também é prejudicada, afetando sua posição no mercado e relacionamento com clientes e parceiros comerciais.
Benefícios de promover a inclusão de PcD no ambiente de trabalho

Promover a inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no ambiente de trabalho não é apenas uma prática ética e jurídica, mas também traz diversos benefícios para as empresas. Alguns deles são:
Diversidade de talentos
A inclusão de PcD expande o número de talentos para a empresa, trazendo habilidades e perspectivas que enriquecem a força de trabalho.
Inovação e criatividade
Ambientes de trabalho inclusivos impulsionam a diversidade de ideias. A inclusão de PcD promove a inovação ao trazer diferentes abordagens para resolver problemas e pensar criativamente.
Melhoria do clima organizacional
Empresas que valorizam a diversidade e inclusão geralmente criam um ambiente de trabalho mais positivo e acolhedor, o que contribui para a satisfação e o engajamento dos funcionários.
Atendimento a mercados diversificados
A inclusão reflete o compromisso da empresa com a diversidade, tornando-a mais atraente para consumidores que valorizam práticas éticas e inclusivas.
Aumento da produtividade
Funcionários que se sentem valorizados e incluídos tendem a ser mais comprometidos e produtivos. A inclusão de PcD contribui para um ambiente de trabalho positivo e colaborativo.
Melhoria da imagem da marca
Empresas que promovem a inclusão de PcD geralmente têm uma imagem de marca mais positiva, o que pode atrair consumidores e parceiros de negócios.
Garantir e incentivar a inclusão de PcD no ambiente de trabalho é uma obrigação empresarial, mas, vai muito além disso. É sobre ser igualitário, justo e promover um espaço mais diversificado e criativo.
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